segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Mas dói...

Quando eu era criança e tive meus primeiros animais de estimação sempre achava injusto quando minha mãe me falava q eles não tinham alma e não iam para o céu...
Vivia me questionando pq eles demonstravam tanto carinho, e eram tão inteligentes se depois q partissem dessa vida não tivessem mais nada do outro lado.
Hoje eu me sinto mais confortada em pensar mesmo diferente...
Me sinto até mais feliz.
Não em dias como hj. Mas me sinto mais feliz.
No alto dos meus 26 anos de idade não tem nada que destrua mais o meu coração do que ver pessoas que se dizem "racionais" maltratando animais de qqer forma que seja.
É hipocrisia não generalizar todos os animais nessa conduta, pq querendo ou não a maioria de nós come a carne de muitos deles.
Que seja hipocrisia então.

Nesse momento esse não é o mérito da questão...

Ontem qdo cheguei em casa ele tava ali no jardim deitado com a cabeça levantada, muito fraco, olhou pra mim com a doçura de sempre como se estivesse se despedindo... Eu passei a mão pela sua cabeça, falei seu nome e entrei em casa.
"está melhor do que pela tarde" pensei.
Hoje acordei e nem me veio a imagem dele na cabeça, nem tinha lembrado dele pra dizer a verdade.
Daquele cachorro vira-lata filho de mãe de pureza de raça duvidosa que apesar de ser sempre tão doentio era forte, carinhoso, e sorria qdo queria pedir algo ou se sabia q estava fazendo o q não deveria. Sorria sim, e quem conhecia sabe.
Era o guardião da nossa casa.
Que toda vez que queria carinho colocava delicadamente a cabeça embaixo das nossas mãos.
Que já tinha sumido duas vezes mas sempre voltava magro e faminto pra casa.
Que qdo doente não gostava de remédio mas sempre deixava cuidar dele.
Que foi criado desde pequenininho. Que nunca foi o preferido. O mais bonito.
Que tinha um nome forte dado por mim.
E depois de ter ajudado a minha mãe a dar remédio e leite com a seringa pra ele ontem, mesmo depois de ter chorado mto por saber q ele tava sofrendo, eu não lembrei dele nessa manhã...
Meu irmão me contou depois do café q ele tinha morrido de madrugada, saí em silêncio pra procurar por ele, estava no jardim, não no mesmo lugar mas ainda com os olhos abertos.

Não tive coragem de tocar nele.

Nem chorei tanto como achei q choraria. talvez por vergonha, talvez por ele ter parado de sofrer.
Mas vai fazer falta o "tanzinho"
E o meu coração hj, tá chorando. Chorando mto.
Eu ainda não sei se ele foi pro "céus dos cachorros"
Mas um dia eu vou descobrir.

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